sábado, 9 de junho de 2018

Bloodborne - Uma Caçada Amaldiçoada

Olá! Tudo bom com vocês?

Bem, estou de volta com mais um post aqui no Leigan!

Se me perguntassem: "Arthur, qual foi o jogo mais envolvente que jogou em 2017?".
A resposta, sem dúvidas ou prolongamentos: "Bloodborne!".

Joguei coisas boas ano passado, mas esse foi uma jornada sensacional, sem dúvidas um jogo genial!


Sem um motivo claro, eu tinha um preconceito com os jogos da série Souls, mas após ler sobre eles em posts do Overdrive, larguei isso e em poucos meses comprei minha cópia de Bloodborne para iniciar-me nesse universo.

Cara, admito que de início, o jogo já me conquistou (mesmo estando com muita expectativa e ao mesmo tempo com medo por já me supor horrível nele).

Uma ambientação incrível, não só os gráficos, mas um cenário belíssimo! E a dificuldade natural dos eventos... o jogo já te bota no começo para enfrentar uma criatura bem mais forte, mesmo que enfraquecida. Ao passar por ela, podemos explorar o primeiro mapa do jogo, a Central Yharnam!


O jogo não te guia, existem poucas dicas no início, mas apenas para funcionar como funcionam coisas simples (que botão ataca, como curar, esquivar, etc). Estratégias de batalha, para onde ir, o que fazer, como fazer... Aprenda a se virar, não tem ajuda aqui.

A maior parte dos jogadores acaba deixando o jogo de lado aqui no começo mesmo, principalmente porque existe uma parte da área inicial com uma horda de inimigos bastante ofensiva.
Mas com o tempo, o jogador acaba pegando os "macetes", aprende a analisar os inimigos (que possuem uma IA extremamente bem programada) - seus padrões de ataques, movimentos, etc.

Se o jogador não se frustrar e largar o jogo aí estressado, uma hora passa e chega ao que muitos enfrentam como primeiro boss. Eu fiquei 4 horas tentando chegar nele, pois não sabia como curar haha.

Não é um boss obrigatório, contudo o primeiro que a maioria enfrenta.
Nas primeiras tentativas, é quase impossível. Com o tempo, o jogador aprende o que o boss faz, podendo assim desviar de qualquer ofensiva e atacar quando é conveniente e lógico. Bloodborne não é sobre socar igual doente, mas sim montar estratégias para vencer.

O jogo em si é muito frustrante, não tem como dizer que não. Quem fala que é fácil, está querendo inflar o ego. Não é o jogo mais difícil, porque ele é justo. A dificuldade aqui é 'driblavel'. 

Eu era horrível a primeira vez que joguei, me frustrava muito, porém tentava continuar avançando sozinho. O jogo permite invocar um amigo (ou um desconhecido) para ajudar a explorar os mapas e enfrentar bosses. 

Admito que cheguei a enfrentar 4 ou 5 bosses da campanha (acho que o total são 19...) com invocações de amigos e pelo menos 1 ou 2 invoquei um NPC, a dificuldade cai um pouco, mas não desfaz o mérito que eu tive com todo o restante, além de ser uma boa forma de se aprender, observando como os outros jogam sem ter de apelar para tutoriais (e não culpo quem o faz!).

Enfim, com todo o desgaste emocional que uma área e seu(s) boss(es) podem te dar, ao concluir aquela parte do jogo, a sensação de vitória é um prazer imenso! Tiveram bosses que meu coração quase saiu da boca, sabe? Ainda mais com mudanças de fases, tornando-os mais complicados...somados de uma ambientação sonora espetacular!

Um exemplo, a trilha sonora do boss que coloquei a imagem a cima, a Fera Clerical:


Bloodborne é sobre uma jornada de evolução do jogador, não só em habilidade, como espírito.
Usando as palavras do autor do Overdrive: "É uma jornada espiritual que nem todos estão dispostos a fazer".

Demorei para terminar Bloodborne a primeira vez, comprei em fevereiro do ano passado e só fui terminar por volta de setembro ou agosto. Parei inúmeras vezes por frustração, já tive até ataques de fúria com o jogo (depois de zerá-lo, nunca mais tive isso haha, meu controle de raiva melhorou mais do que eu achava possível). Sabe, valeu a pena cada momento.

Você realmente se sente na pele do caçador, em uma cidade desconhecida, com mistérios ocorrendo. Um estrangeiro em um mundo bizarro, aterrorizante e desconfortável.
Não é a toa que foi inspirado nos mitos de Lovecraft, 

Cada parte da aventura é memorável. Além da campanha principal, existe a DLC dos Antigos Caçadores (apesar de ter um preço salgado, vale muito a pena!)

Bosses muito desafiadores, mas sensacionais, com as OSTs mais lindas do jogo!
Bem mais difícil que a campanha normal, apesar de curta. Ajuda a sanar dúvidas sobre a lore/história do jogo (não mencionei ainda, no entanto a história nesse jogo é contado por meio de uma lore - tal como Dark Souls - através de menus de itens, pelo cenário, músicas, diálogos com os poucos npcs, localização e o que são os bosses, etc), trazendo muito desafio e uma atmosfera satisfatória!

Há também a "campanha" dos cálices, um complemento que funciona como uma história paralela ao jogo principal, tumbas/labirintos que você explora procurando por itens raros, versões mais fortes de bosses, bosses especiais e para compreender mais ainda a lore do jogo. Particularmente, não sou muito fã das Masmorras de Cálice, mas fiz os principais para chegar ao final, e foi divertido! Aqui é o melhor lugar para farmar bons itens e ter um ótimo co-op!




Bloodborne pode parecer impossível no início, ainda mais para os jogadores bem casuais ou desacostumados com o jogo... mas é um jogo que considero obrigatório para quem ama jogar!
Eu passei muito aperto, era péssimo no iníco, porém com o tempo peguei o jeito e consegue inclusive a O Troféu de Platina* (não ligo muito para isso, mas eu fui jogando e quando notei tinha quase todos os troféus, então resolvi pegar os 3 ou 4 que faltavam!). 

Não só isso, como terminei o jogo três vezes (sendo uma com um personagem novo, e a outro com o antigo, - refazendo o jogo em um ng+, com os itens que já tinha e mais difícil - demorei um mês e meio, mais ou menos, sendo que joguei com os dois simultaneamente)!

E ainda caminho para uma quarta/quinta, pois jogo de vez em quando e devo ter uns 50%~ feito em dois dos meus saves. Isso que jogo só de vez em quando hehe.

* = troféu obtido ao se obter todos os demais no jogo.

O jogo possui três finais, sendo necessário fazer ambos para se obter a platina. Cada um revela um pouco do contexto do jogo, havendo um final ruim, um bom e o verdadeiro [definitivo]. Não direi o que cada um significa, apenas que alguns podem se decepcionar com o verdadeiro por não terem procurado entender a história do jogo. Por isso, leiam a lore e tentam sacar o que ocorre, mesmo que seja necessário consultar vídeos (pois aí nem tutorial é haha)!



Enfim, para mim Bloodborne é um jogo exemplar e que cumpriu seu objetivo, talvez mais que isso.
Uma prova de que o Miyazaki é um gênio dos jogos e merece ser eternalizado nesse campo!

Por mais que as coisas pareçam duras e impossíveis, nunca desista!

Bem, pessoal, fico por aqui. Espero que tenham gostado...

Um abraço!