quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Aku no Hana - As Flores do Mal


Olá, como vão?

Como de praxe, sumo e reapareço, por várias questões pessoais, falta de um espaço e tempo bacanas para escrever...

Mas enfim, aproveitando o feriado (que é só quinta para mim, já que Sábado tenho aula e-e) e a grande quantidade de ideias fluindo, resolvi trazer coisas novas pro blog!

Hoje falarei sobre um mangá que recentemente li, bem curtinho - Apenas 57 capítulos, totalizando 11 volumes - Como diz o título, seu nome é Aku no Hana. 

Kasuga Takao
Saeki Nanako
Aku no Hana é um mangá Shounen que trabalha com Romance e temas Psicológicos razoavelmente profundos (o suficiente para engajar corretamente na trama).

A história inicia-se quando Kasuga Takao, um jovem amante de leitura, esquece seu livro na sala de aula, e ao adentrá-la para buscá-lo, resolveu bisbilhotar as coisas de Saeki Nanako, garota qual é sua paixão. 
Justo no momento em que pôs suas mãos na roupa de ginástica dela, escuta um barulho e desesperado, enfia as roupas em sua mochila. Um dia após isso, boatos de um "ladrão pervertido" surgem e ele entra em desespero, consumido pela culpa de seu ato.

As coisas tomam um rumo diferente quando, Nakamura, uma colega de classe taxada de 'estranha' alega tê-lo visto cometendo o crime, e em troca de não revelar o que ocorreu, eles teriam de formar um 'contrato'.

Esse contrato, dá a Nakamura certo controle de Kasuga, que usa-o (lê-se, abusa dele) para secretamente cometer diversas ações de cunho duvidoso e de certa forma, perverso (falo no sentido obsceno), ao mesmo tempo em que ele tenta finalmente aproximar-se de sua paixão, ou como ele mesmo refere, sua "Vênus/Musa", Saeki.

Sawa Nakamura.

O primeiro arco do mangá explora não só a relação triangular entre Kasuga e as duas raparigas (note que eu não disse triângulo amoroso, apesar de os sentimentos de Takao serem confusos), mas também algumas questões filosóficas do poeta Baudelaire (não entrarei a fundo sobre isso) e os sentimentos dos personagens em geral, suas personalidades e etc.

A arte do mangá também é muito interessante, possuindo um toque de realidade que entrelaça-se perfeitamente com o roteiro dos personagens, as expressões faciais e demais movimentos corporais deles mostram ao leitor de forma clara e precisa como os personagens estão, não é apenas uma questão de 'alegria ou tristeza'. É algo demasiadamente profundo, como acabo de dizer, um real bem interessante.

Admito que o primeiro arco do mangá não chamou-me tanta atenção seja por enredo ou pelas personagens puramente falando, e sim, a arte adjunta da escrita emocional acompanhada delas.
Inegavelmente, não há nada mais interessante no mangá que as emoções presentes e as relações que elas geram.

Exemplo da arte e do impacto dela nas personagens.
Bem, à partir de agora falarei um pouco sobre o segundo arco do mangá, que é quando passei a ter mais interesse pelos elementos que reclamei acima. Se não estás para ler o mangá e não quiseres spoiler, apenas role até onde indico o fim dos spoilers (não haverão imagens com spoilers) e prossiga sua leitura. Para ir direto a parte onde os spoilers terminam, dê ctrl+f e escreva "fim dos spoilers" (retirando as aspas, claro! 😉).

INÍCIO DOS SPOILERS!


O primeiro arco é encerrado com Nakamura e Takao assumindo tudo que haviam cometido publicamente, e logo após, cometeriam um duplo suicídio incinerando o festival que ocorria na cidade.
Mas, subitamente, Nakamura empurra Takao para ele não ir junto com ela, mas acaba que a mesma também é capturada.

Com a cidade sabendo de seus crimes, não restavam aos seus pais nenhuma outra opção:
Separar os dois e mudarem-se para cidades distantes sem saber o paradeiro um do outro.

Tempo passa, Takao já estava em outra cidade cursando o Ensino Médio, razoavelmente adaptado, com novos amigos, mas tornando-se vazio, nota-se claramente que ele perdeu suas emoções ou qualquer vontade de viver após o ocorrido. 
O interesse pela leitura havia sumido após juntar-se à Nakamura, então nem isso ele tinha para fazer.

Mas tudo mudaria com um certo evento, ao passar por uma livraria, encontrou uma colega de sua escola (Tokiwa Aya) pegando justamente seu livro favorito (Les Fleurs du Mal) e então, assim nasceria uma estranha amizade.

De início, ele apenas pegava livros emprestado dela enquanto a passava recomendações, mas isso foi mudando. Repentinamente começou a retornar com sua fome por leitura e por fim passou a sentir alguma forma de paixão por ela, apesar de Tokiwa possuir um namorado.



A relação dos dois desenvolve-se de uma forma bastante interessante. Tokiwa era insegura em seu namoro, pois ao fundo, não sentia afeto pelo parceiro e Takao (ainda que internamente) possuía as memórias de sua antiga cidade, principalmente de Nakamura e Saeki.

Essa relação ajuda o guri a construir uma nova personalidade (de certa forma) para substituir sua antiga, tal como Tokiwa a passa a descobrir mais sobre si.

Durante esse intervalo de amizade, diversos eventos ocorrem, inclusive ele encontra Saeki, sua ex-namorada e Vênus na rua, descobrindo que moravam próximos e acabam conversando entre si;
Ele conhece os amigos e o namorado de Tokiwa;
E sobre as pessoas da cidade.

Obviamente, as coisas transformam-se e ambos passam a ter afeto mútuo (e bizarro, digo particularmente) entre si, resultando em um novo namoro.

Mas Nakamura, mesmo que pouco, existia dentro de Takao, seja como um empecilho no namoro ou sua vida.


No fim, precisando retornar à cidade natal para o enterro de seu avô, corajosamente ele enfrentou o que havia deixado para trás e buscou descobrir onde estava aquela que buscava.



E, sim, eles se encontram. Acompanhado de Tokiwa, os três conversam.
Agora, porém, não existe mais aquele sentimento de antes, aquela relação obscena e violenta do início morreu, e essa cena comprova isso.



 

Antes de começar o encerramento do post, gostaria de fazer um comentário (talvez óbvio), algo que concebi através de minha leitura que pode estar correto ou não. É algo que eu poderia verificar pela internet, mas não me é interessante fazê-lo, mas digam-me que acham de todo modo.


Enfim, que quero dizer tem haver com esse arco final do encontro com a Nakamura.
Se analisarmos o diálogo dela, as ações e o que a arte revela-nos, ela ficou retardada, literalmente, não estou caçoando. Escolhi essa foto justamente para reforçar o que digo. E os fatos são claros, deixar sua vida fácil e livre com o pai para viver isoladamente com a mãe, que é citada pelo mesmo como "de temperamento/personalidade igual a da filha", imagino que houve uma possível relação de dominância e conflitual entre as duas, isso sem contar que a rapariga deve ter passado por diversos tratamentos clínicos (terapia, psicóloga, etc...) devido aos atos de rebeldia dela, que independente do lugar no planeta (seja no real ou, na maioria das vezes no fantasioso também) é repreendido fortemente. Por isso ela não soube explicar para Takao porquê o empurrou (apesar de que dá para descobrir isso com uma leitura reforçada - atenção - no capítulo do evento, mas isso deixo que descubram sozinhos), suas frases simples e com atos totalmente pacifistas, radicalmente diferente do que ela era anteriormente. Eu diria que a organização do cabelo é outro fator, mas não afirmo com certeza.


Com todo mundo (teoricamente) feliz, temos o encerramento do segundo arco do mangá e o abrimento de um epílogo com duração de 2 capítulos, mostrando um pouco da vida adulta do Takao e sua namorada quase para noiva (Tokiwa - obviamente - e, que no decorrer do epílogo casa-se e tem um filho com ele), além de cenas mudas mostrando o restante dos personagens-chave.

O capítulo restante, de número 57, nada mais do que uma demonstração de como a Nakamura sentia-se na primeira cena do mangá. É interessante de se ver.






FIM DOS SPOILERS



Vale a pena ler? Vale sim, bastante.
O mangá tem algumas falhas, que são compensadas com o tempo. Não é nada genial, mas também não é qualquer coisa.

Como dizem as nossas ótimas scanlators caseiras: "É realmente algo" (vou te contar, essas traduções literais me deprimem demais -.-)

Temos um enredo mediano que vai gradualmente tornando-se bacaninha, uma leitura muito fluída, personagens que não se destacam tanto, mas possuem uma construção decerto adequada e diria que o mais chamativo é o traço.

Bem, para encerrar, darei minha nota para alguns pontos de destaque do mangá:

Ambientação: 8,8
Arte Visual: 9,0.
Conceitos: 7,0.
Construção de Personagens: 9,0.
Enredo: 8,4.
Personagens: 7,2.

Nota Geral: ~8,23.

Acreditem ou não, essas notas não são aleatórias, cada décimo veio de uma influência grande.

E um BÔNUS:


Aku no Hana tem um anime!

A animação ficou estranha, usaram de uma técnica que não combinou com o conceito original. Eu até gosto dessa técnica, mas não tem nada a ver com Aku no Hana, se fosse um mangá de comédia e com investimento melhor...

O anime não fez sucesso, as vendas de DVD/BD foram uma porcaria e mal passaram de 50 na pré-venda, até cancelaram (os DVDs e a segunda temporada).

Se vale a pena ver, eu não sei. Apenas 13 episódios, para quem curtiu o mangá e tem tempo livre, é uma boa.

Atualmente eu prefiro voltar a publicar cá, então melhor não para mim.

E é isso, digo-lhes adeus por então!

Muito obrigado para quem leu até o final, continuem dando suporte pro blog e não se esqueçam de curtir a página do facebook, tenham um bom feriado!

P.S.: Pretendo fazer uma publicação sobre Persona 5 esse mês, mas ainda não tenho certeza de quando mais exatamente, apenas aguardem!




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