Olá pessoal. Dessa vez, por incrível que pareça...não faz um tempo que não nos vemos, não é? Haha.
//Esteja ciente que existem spoilers, já que retratarei uma obra curtíssima, mas acho que mesmo assim é necessário sua leitura para tirar as próprias conclusões.
Gostaria antes de tudo pedir desculpas pela longa introdução que nada tem a ver com o post, foi apenas algo que decidi pôr aqui (até por ser uma análise mais curta). Sintam-se livres para pularem se o quiserem, gostaria que fosse lido, porém.
Ultimamente, tenho sentido bastante a vontade de escrever, ao ponto de não saber me decidir sobre o que. Tenho passado muitos pensamentos de minha mente para o exterior (sites, papel, etc), coisa que nunca fazia (bem raramente, na verdade). Mostrei o meu blog para algumas pessoas que venho a trocar ideias também, acho pertinente as melhoras do blog, ter diferentes opiniões e conhecer se o que escrevo aqui, de fato é um bom conteúdo. Para quem não sabe, criei o Leigan! com 13 anos, em 2015 (sim, tenho 16 anos no momento). Apesar da baixa quantidade de artigos, o valor sentimental disso é muito para mim, aqui existem traços claros da minha evolução como escritor (ainda sou bem iniciante, não consigo encontrar palavrar melhor que essa...um "pinto" dentro do que procuro ser, aquilo que almejo).
Quando mais novinho ainda, cheguei a ter blogs, onde apenas escrevia coisas bobas e aleatórios, porém eram meus pensamentos da época. E foi naquele ano de 2015, em que acidentalmente descobri um blog chamado Overdrive!(clique no nome para acessar, vale a pena). Passei o dia todo lendo publicações dele, enviei uma mensagem para o autor elogiando todo aquele trabalho. Acabei por criar meu próprio blog, mesmo sabendo que é algo com pouco público atualmente (tem posts com menos de 20 visualizações, para se ter noção). Ainda assim, insisto na ideia até hoje. O que me importa é ter um espaço organizado, e...onde posso eternizar minhas ideias conforme minha vida se desenrolar.
Aquele que mais agradeço por ter essas oportunidades é ao Matheus, autor do Overdrive!, não fosse ele, esse espaço seria inexistente. Não quero ser uma cópia dele, contudo, almejo melhorar cada vez mais para alcançar a qualidade dele, com meu próprio estilo de escrita - a minha visão. As vezes, até trocamos mensagens pelo facebook, ele sempre me traz novos horizontes sobre muitas coisas, além de ter me apresentado muitas obras que sou muito fã e pretendo falar no futuro (como Crows, Yakuza ou o universo SoulsBorne).
Obrigado! |
Enfim, indo ao que mais importa. Ontem, por recomendação, li um one-shot do Ito Junji (autor de Uzumaki, um curto mangá que li ano passado, recomendo para os fãs do gênero de terror) chamado "O Enigma da Falha de Amigara". Alguns aqui devem conhecer o autor por suas obras de terror (recentemente saiu um anime adaptando algumas, o nome é "Ito Junji: Collection"; vi apenas 2 episódios, interessantes, até. Talvez no futuro eu escreva sobre, aqui), são bizarras e com um ambiente muito bem trabalhado, totalmente coesos com o gênero.
O mangá tem apenas um capítulo contendo algo em torno de 33 páginas, se me lembro bem.
Inicia-se contando que um terremoto na Prefeitura H (chuto Hiroshima, mas desimportante), qual devastou muitas cidades e vilas próximas, em seguida ao desastre, descobriu-se uma falha nas montanhas locais, especificamente em uma chamada "Amigara". O que podemos dizer como protagonista, se chama Owaki, que enquanto subia a montanha, encontrou uma jovem que atende pelo nome de Yoshida. Juntam-se em busca de encontrar a falha que viram na TV.
Ao chegarem no local se surpreendem com quem veem. Uma enorme parede rochosa com vários buracos em formatos de pessoas, tamanhos bem específicos e para pessoas específicas.
Tal como viram na TV. Crê-se que o terremoto fez com que essas estruturas saíssem do subsolo e se alastrassem a superfície.
Os pesquisadores estavam tentando entender como funcionavam essas estruturas e onde terminariam. Tem-se uma conclusão inicial mutua: são estruturas antigas, feitas a muito tempo. E, por quem? Por quê? Que tipo de tecnologia foi usada, já que não se notam marcas de entrada (ou seja, ninguém foi escavando aquilo).
Um homem, chamado Nakagami se apresenta e diz ter encontrado seu buraco. Para provar tal afirmação, tira suas roupas e o adentra.
*Cliquem nas imagens para ampliar*
Nakagami não retorna, e os aparelhos usados pelos pesquisadores não o detectam mais. Um homem com estrutura corporal semelhante tenta buscá-lo, mas por não ser exato [o formato], volta após seguir 5 metros. Owaki sonha com ele, devido ao terremoto, o buraco teria sofrido alterações e o mesmo fica preso, não podendo avançar ou recuar.
É nesse momento que não existe apenas um suspense, mas o terror começa a surgir na leitura. O leitor imagina a situação (as vezes até consigo mesmo no lugar da personagem). Um buraco apertado, onde não é possível fazer mais movimento algum, talvez frio, o desespero de saber que terá de sofrer lá, pensando isoladamente. Abandonado, talvez a falar com a própria mente em vão. Não existe salvação ou sequer a possibilidade de ser ouvido. Nunca saberão que lhe ocorreu, até que um momento, o desespero se esvai com a morte. Bem, foi tudo um pesadelo, não é? Perguntas ficam no ar, e não são e nem devem sem respondidas, este ar de suspense e mistério deve existir.
A manhã chega, Owaki acorda e nem sinal do Nakagami. Temos uma notícia, Yoshida finalmente encontrou o buraco que se encaixa perfeitamente com sua silhueta. A curiosidade, talvez até mesmo mórbida lhe toma a mente, e a jovem começa a desesperadamente dizer que necessita estar lá, pois foi especialmente cavado para ela.
Tapa-se o buraco com pedras com o objetivo de impedir o adentramento de Yoshida. |
Diria que é nesse momento que o leitor se pergunta: "Por que esses buracos medonhos atraem tanta curiosidade? Que espécie de atração é essa que eles exercem sobre cada indivíduo?"
Novamente, um pesadelo. |
Owaki sonha com um possível motivo para a criação das bizarras estruturas.
Ter o corpo preso no buraco, impedido de regressar, apenas avançando em uma arcaica (mas ao mesmo tempo bastante complexa), forma de tortura. Em meio as gélidas rochas que compactam o seu corpo e aos poucos o distorce, te quebrando por completo, como se estive a fazer-te de lesma, contudo milagrosamente, não levando ao óbito.
Após uma visão assustadora dessas, o garoto acorda e nota que a Yoshida está desaparecida. As pedras foram retiradas, e obviamente se sabe que ela não retornará mais.
Owaki, deprimido e sentindo o abandono tomando conta de si, encontra por acidente o próprio buraco. Muitos pensamentos tomam conta de sua mente em pouco tempo. Não é uma questão de haver escolha ou não, apenas um desespero. Todos já tivemos momentos em que desejávamos tomar medidas drásticas e ilógicas para enterrar nossos problemas de vez, entretanto, na maior parte das vezes existia algo maior que nos impedia - como o próprio esforço de fazer algo assim - por exemplo.
O caso aqui é diferente. A "solução" estava logo ali, bastava entrar e pronto.
Que lhe aguardaria? Seria como nos sonhos tidos? No fim, não importa. Nada mais parecia importar. Os pensamentos mórbidos tomaram sua cabeça e a escolha de um destino desse nível foi dele.
E, enfim, temos o fechamento do mangá com duas cenas importantes:
Encontra-se, ao outro lado da montanha, uma parede contendo silhuetas em um padrão específico, no entanto, bizarro. Não é algo que um ser humano conseguiria passar. |
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